Você sabe o que é neurodivergente? Entenda o conceito deste termo, a importância da questão e confira 3 ótimas maneiras de se aprimorar na área
Antes mesmo de existir um nome, a neurodiversidade já fazia parte de nossa vida. Afinal, o que é neurodivergente?
O termo possui relação com o autismo e outros transtornos como o TDAH, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. No Brasil, estima-se que quase 2 milhões de adultos lidam com os sintomas deste transtorno, segundo a ABDA.
Provavelmente, este número é ainda maior, já que muitas pessoas não possuem um diagnóstico. Por isso, é importante entender o que é neurodivergente, qual a origem deste tema e os desafios da questão. Confira também 3 cursos para se especializar na área.
Embora muitas pessoas se confundem pensando que neurodivergente significa autismo, a verdade é que o conceito é muito mais amplo. Isso porque a neurodiversidade postula algumas condições além do Transtorno do Espectro Autista (TEA), como:
Em outras palavras, neurodivergente se trata de uma pessoa que possui um desenvolvimento neurológico atípico. Isto é, se diferenciando do que a sociedade considera como um padrão.
Nesse sentido, a neurodiversidade compreende essas variações normais, assim como duas pessoas diferem nas cores dos olhos ou na altura, por exemplo. Isto quer dizer que uma pessoa autista ou com déficit de atenção é uma pessoa neurodivergente.
O termo surgiu com a socióloga australiana e autista Judy Singer, no final dos anos 90, no texto “Por que você não pode ser normal uma vez na vida”? Nele, a socióloga defende que o autismo não deve ser visto como uma doença, ou seja, que precisa ser curado.
O autismo e outras diferenças neurológicas, segundo a Singer, precisam ser encarados como uma característica que constrói a identidade particular de cada pessoa. Ou seja, uma diferença tão natural como a cor dos nossos olhos.
Assim, muitas pessoas autistas começaram a usar o conceito de neurodivergente como uma identidade e a adesão aconteceu também em outros grupos que não se enquadram no padrão neurotípico.
Portanto, o maior objetivo deste termo é conscientizar a sociedade sobre as diferenças naturais do ser humano, estimulando uma interação entre essas pessoas e se afastando da ideia de serem percebidas como um déficit, trazendo assim uma boa definição de o que é neurodivergente.
Vale destacar que os termos neurodivergente assim como neurotípico não são científicos. Isso porque foram criados com fins de ativismo. Contudo, a versão mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais listam mais de 150 diagnósticos.
Se por um lado essas variações causam dificuldades e desafios conforme a severidade da condição diagnóstica, por outro elas apresentam habilidades criativas e analíticas, resultando em grandes talentos.
Conforme um texto publicado no site do Fórum Econômico Mundial, Nahia Orduña, gerente sênior de integração analítica e digital da Vodafone, apresentou uma lista de vantagens competitivas de pessoas com Neurodiversidade.
Por exemplo, pessoas com TDAH costumam ser bastante criativas, enérgicas e espontâneas. Além disso, apresentam grande capacidade de concentração, ou seja, o hiperfoco, em relação a temas e áreas de seu interesse.
Assim como pessoas disléxicas que apresentam grande capacidade de resolver problemas e encontram soluções de maneira inovadora. Isso porque possuem uma percepção tridimensional das coisas, bastante intuitivas e comunicadoras.
Para os pesquisadores, em uma sociedade capitalista e competitiva é surpreendente que nem todas as empresas estejam adotando as habilidades únicas daqueles que divergem da norma padrão para enriquecer sua organização.
Apesar de neurodivergentes apresentarem muitas habilidades valorizadas no mercado de trabalho, uma pesquisa da Cranfield University, no Reino Unido, revelou que 1 entre 7 pessoas no país são neurodivertentes. Porém, somente uma parcela se encontra no mercado de trabalho.
Isso ocorre, na maioria, por conta do preconceito social e dificuldades pontuais para promover a inclusão, como falta de preparo, costume ou ainda ausência de conhecimento.
No cenário nacional, apesar dos avanços na área, ainda assim falta recrutamento preparado. Segundo a Pesquisa de Tendência no RH em 2022, 60% dos recursos humanos das empresas não possuem um programa de diversidade e inclusão para os colaboradores.
Além do mercado de trabalho, a inclusão é desafiadora no contexto escolar. Apesar do artigo 205 da Constituição Federal, em que todo indivíduo com TEA têm direito à Educação em todos os níveis, nem todas as escolas se encontram preparadas para o fato.
É verdade que não existe uma receita nem um passo a passo para ensinar crianças e adolescentes neurodivergentes. Mas, procurar conhecimento e adotar boas práticas direcionados ao tema já são um ótimo ponto de partida para apoiar a inclusão.
Conheça 3 cursos de pedagogia que vão te ajudar a encontrar melhores formas de interação com neurodivergentes, buscando troca e compreensão mútuas, seja no âmbito escolar, acadêmico ou pessoal.
Neste curso, você aprenderá o que são os distúrbios de aprendizagem, como detectá-los, quais suas causas e o papel dos pais e professores nesta questão.
Em geral, quando alguém apresenta dificuldade para ler, escrever ou aprender algum conceito, suas oportunidades de sucesso na escola são diminuídas. Além disso, essas dificuldades podem ser relacionadas com uma menor capacidade intelectual.
Contudo, o real problema se trata de um Distúrbio de Aprendizagem, por exemplo:
Ou seja, você aprenderá a identificar e lidar com cada um desses distúrbios, assim como o Autismo, a Síndrome de Asperger e a Síndrome de Down. As vídeo-aulas acontecem online, com tutor virtual, exemplos e exercícios. Ao final, você recebe seu Certificado de Conclusão.
A Neuropedagogia alia os conhecimentos da Pedagogia com os da Neurociência para entender o funcionamento do cérebro e como ele influencia no processo de ensino e aprendizagem.
Desta forma, você aprenderá a respeito da plasticidade cerebral e outros conceitos importantes, como:
Com base nisso, você entenderá como o desenvolvimento cerebral impacta na interação das crianças com o ambiente e como auxiliar e guiar o indivíduo ao conhecimento.
A Psicopedagogia é um campo que une o conhecimento da psicologia e da pedagogia, influenciada pela semiótica, medicina, psicanálise, neuropsicologia, entre outras áreas, para entender como funciona o processo de aprendizagem por meio da análise comportamental.
Nesse sentido, você verá a importância de identificar o ponto forte e fraco em cada aluno para, assim, adaptar os conteúdos ensinados e entender melhor o que é neurodivergente. Além de aprender a identificar uma série de transtornos e distúrbios, você verá:
Enfim, existem várias maneiras de considerar as qualidades e características de outras pessoas sem julgá-las como certas ou erradas, buscando desenvolver métodos e práticas mais adaptáveis para todos. Isto é, a essência da neurodiversidade.
Sem dúvidas, um curso especializante na área é uma boa maneira de iniciar ou se aprimorar no assunto que demonstra crescimento no país e assim contribuir para o processo de inclusão em todas as esferas da vida.
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